quinta-feira, 14 de junho de 2012

Morte e Vida Severina

Fazendo aquela lição de casa tardia, quando você descobre que alguém que morreu era mais importante do que achava, resolvi ler um pouco mais sobre Ivan Lessa.

Acompanhava suas colunas no site da BBC há um bom tempo, mas nunca me dei conta de sua história e importância. Aquele tipo de linguagem escrita onde você se sente conversando com o autor, um mau humor que já vinha dos tempos de Brasil, acentuado pela convivência com os londrinos e sua característica clausura. Ele dizia que não havia civilização abaixo dos trópicos, muito disso por conta do clima. O frio, dizia, te força a usar roupas, ter abrigo, caçar, trabalhar; já o calor não, basta estender um pedaço de carne ao sol e depois guardá-lo.

Tudo isso para falar que em uma de suas entrevistas ele cita um tape do livro Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto. Fiquei curioso e fiz o que sempre faço: copiei este pedaço de texto, joguei no Google e larguei lá, para pesquisar mais tarde.

Não encontrei o filme que ele citava na entrevista, mas acabei por descobrir uma animação fantástica feita com base na poesia do livro. Incrível!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

MAUS

Não sou dos quadrinho, não entendo nada dessa área, mas quando li sobre o roubo do notebook de Art Spiegelman durante um evento em São Paulo alguns dias atrás resolvi pelo menos pesquisar quem era o dito cujo.


Além de ser autor de diversos quadrinhos de sucesso, foi editor da New Yorker por muitos anos e tem um Pulitzer no currículo. Sim, inclusive foi o primeiro HQ a ganhar um. Se isso não for suficiente para te deixar curioso, não sei o que será... Pelo menos eu fiquei curioso e fui atrás do vencedor do prêmio.

Trata-se de "MAUS - A história de um sobrevivente", saiu pela Companhia das Letras, 296 págs., R$47. Consegui uma cópia usada em ótimo estado pelo site da Livraria Cultura que saiu por R$23, ótimo negócio!

O livro descreve a experiência do pai de Art, Vladek Spiegelman, durante a 2a Guerra. Vladek foi um judeu polonês que passou por diversas atrocidades do holocausto. Perdeu praticamente toda a família, esteve nos guetos da Polônia, escondido em casas de amigos, nos tão falados trens da morte e em Auschwitz.

Como a história é contada toda em quadrinhos o livro pode ser lido numa tarde (ok, duas) o que não quer dizer que seja de fácil digestão. O realismo que os desenhos de Art passam, mesmo usando animais para representar cada nacionalidade, é tamanho que após algumas páginas o leitor já sente o peso dos acontecimentos, mesmo que o autor em nenhum momento apele para desenhos/cenas grotescas.

PS: A sim, estamos de volta...